quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Funk Norte-Americano

O Funk é um estilo bem característico da música negra norte-americana.
O funk pode ser melhor reconhecido por seu ritmo sincopado, pelos vocais marcantes,e ainda pela forte e rítmica seção de metais*(instrumentos de sopro), e ritmo dançante.
Nos anos 70 o funk foi influência para músicos de jazz, como exemplo as músicas de Miles Davis, Herbie Hancock, Eddie Harris entre outros.
Os músicos negros norte-americanos primeiramente chamavam de funk à música com um ritmo mais suave. Esta forma inicial de música estabeleceu o padrão para músicos posteriores: uma música com um ritmo mais lento, sexy, solto, orientado para frases musicais repetidas (riffs) e principalmente dançante.

Num jazz de Mezz Mezzrow dos anos 30, Funky Butt, a palavra já aparecia. Devido à conotação sexual original, a palavra funk era normalmente considerada indecente. Até o fim dos anos 50 e início dos 60, quando “funk” e “funky” eram cada vez mais usadas no contexto da soul music, as palavras ainda eram consideradas indelicadas e inapropriadas para uso em conversas educadas.

A essência da expressão musical negra norte-americana tem suas raízes nos spirituals*, nas canções de trabalho, nos gritos de louvor, no gospel e no blues.
Na música mais contemporânea, o gospel, o blues e suas variantes tendem a fundir-se.
O funk se torna assim uma fusão do soul, do jazz e do R&B.

*Gênero musical cuja aparição se deu nos Estados Unidos da América. Foi inicialmente interpretada por escravos. Faziam uso de movimentos rítmicos do corpo e batiam palmas como acompanhamento da música.




O funk como gênero musical

Somente com as inovações de James Brown e Sly and the Family Stone em meados dos anos 60 é que o funk passou a ser considerado um gênero distinto. Na tradição do R&B, estas bandas bem ensaiadas criaram um estilo instantaneamente reconhecível, repletos de vocais e côros de acompanhamento cativantes. Brown mudou a ênfase rítmica 2:4 do soul tradicional para uma ênfase 1:3, anteriormente associada com a música dos brancos - porém com uma forte presença da seção de metais.

Com isto, a batida 1:3 virou marca registrada do funk 'tradicional'. A gravação de Brown feita em 1965, de seu sucesso "Papa's Got a Brand New Bag" normalmente é considerada como a que lançou o gênero funk, porém a música Outta Sight, lançada um ano antes, foi claramente um modelo rítmico para "Papa's Got a Brand New Bag."


Década de 1970 e atualidade

Nos anos 70, George Clinton, com suas bandas Parliament, e, posteriormente, Funkadelic, desenvolveu um tipo de funk mais pesado, influenciado pelo jazz e Rock psicodélico. As duas bandas tinham músicos em comum, o que as tornou conhecidas como 'Funkadelic-Parliament'. O surgimento do Funkadelic-Parliament deu origem ao chamado P-Funk', que se referia tanto à banda quanto ao subgênero que desenvolveu.

Outros grupos de funk que surgiram nos anos 70 incluem: B.T. Express, Commodores, Earth Wind & Fire, War, Lakeside, Brass Construction, KC & Sunshine Band, Kool & The Gang, Chic, Fatback, The Gap Band, Instant Funk, The Brothers Johnson, Skyy, e músicos/cantores como Jimmy "Bo" Horne, Rick James, Chaka Khan, Tom Browne, Kurtis Blow (um dos precursores do rap), e os popstars Michael Jackson e Prince. Nos anos 80 o funk tradicional perdeu um pouco da popularidade nos EUA, à medida em que as bandas se tornavam mais comerciais e a música mais eletrônica. Seus derivados, o rap e o hip hop, porém, começaram a se espalhar, com bandas como Sugarhill Gang e Soulsonic Force (em parceria com Afrika Bambaataa). A partir do final dos anos 80, com a disseminação dos samplers, partes de antigos sucessos de funk (principalmente dos vocais de James Brown) começaram a ser copiados para outras músicas pelo novo fenômeno das pistas de dança, a house music.

Nesta época surgiu também algumas derivações do funk como o Miami Bass, DEF, e a ramificação latina da Freestyle Music conhecida no brasil como Funk Melody que também faziam grande uso de samplers, Caixas de ritmos e baterias eletrônicas. Tais ritmos se tornaram combustível para os movimentos Break e Hip Hop.

Os anos 80 viram também surgir o chamado funk-metal (também conhecido como funk rock), uma fusão entre guitarras distorcidas de heavy-metal e a batida do funk, em grupos como Red Hot Chili Peppers e Faith No More.


O funk de James Brown a Red Hot Chili Peppers.














O Funk no Brasil

A soul music foi trazida ao Brasil por cantores como Gerson King Combo, que lançou em 1969 o disco Gerson Combo Brazilian Soul, com sucessos brasileiros como Asa Branca executados com a batida importada dos Estados Unidos. Tim Maia, Carlos Dafé e Tony Tornado também começaram a tocar sucessos do soul e adotaram a atitude e o estilo americanos do Black Power, fundando o movimento Black Rio.
Nos anos 90 o Jota Quest se tornou referência na música pop brasileira, com uma sonoridade que mistura vários elementos, rock/pop/disco/funk...
A banda conquistou seu espaço e ficou conhecida logo no primeiro disco com os sucessos "As Dores do Mundo", "Encontrar Alguém" e "Onibusfobia".





Os nomes citados acima, são apenas alguns entre muitos que são referência nesse estilo. Procure conhecer mais a respeito da história e dos personagens do funk pelo mundo afora.

Videos

Sem Grana Para Comprar Um Baixo?
Jaco Pastorius - Portrait of Tracy
Frank Solari - Hatchaway
Orquestra de Contrabaixo

sábado, 19 de julho de 2008

Two Hands

Técnica semelhante ao Tapping que consiste em tocar guitarra/baixo como no piano, com as duas mãos tocando notas/acordes no braço.
Mas diferente do tapping onde as frases são geralmente usadas pra construir padrões de frases, buscando efeito de grande velocidade, o Two Hands pode ser usando acordes, invesões....dando a sensação, de ter mais de um instrumento sendo tocado ao mesmo tempo.

O guitarrista Stanley Jordan é referência nessa técnica pois foi o primeiro a tocar com perfeição a técnica em um dos mais dificeis estilos de música, o Jazz.
Outros guitarristas que são conhecidos por usar essa técnica: Marcinho Eiras, Dulcimer, Jennifer Batten (que é conhecida como a "ex - guitarrista do Michael Jackson)...

No mundo do contrabaixo, sem sombra de dúvidas Stu Hamm é um dos maiores nomes dentro do two hands de todos os tempos. Inclusive com video aula sobre o assunto.
Alem dele outros nomes também são referências, como: Victor Wooten, Michael Manring, Jhon Myung, Chico Gomes, Nilton Wood, Zuzo entre outros.

Stanley Jordan plays "Stairway to Heaven"


Nilton Wood


Chico Gomes


Jennifer Batten

Tapping

Tapping é uma abreviação de fretboard tapping ou finger tapping. Variação do legato, ou técnica de notas ligadas. Consiste em utilizar uma ou as duas mãos para "martelar" (tap) notas na escala, ligando-as, atraves de pull-offs e (ou) hammer-ons, fazendo com que as frases adquiram efeito de grande velocidade.

Técnica utilizada principalmente na guitarra, mas também muito comum em outros instrumentos, como o contrabaixo e até o violão.

Muitas são as histórias do surgimento dessa técnica tão popular. Até a de um violonista flamenco que por volta do ano de 1900, usava alguns ligados no violão para obter frases mais rápidas já que não conseguia dedilhar tudo. Muitos apontam Eddie Van Halen como o criador do Tapping.

Mas em 1971, ou seja, 7 anos antes do lançamento do primeiro álbum do Van Halen, Steve Hackett (guitarrista do Genesis), já usava tapping em faixas do álbum: No Nursery Cryme, gravado e lançado no mesmo ano. Como exemplo a introdução de: The Return of the Giant Hogweed.

Em 1969 um músico Americano chamado Emmett Chapman, cria um instrumento conhecido como Chapman Stick. Instrumento onde ele usava ambas as mãos em paralelo aos trastes, fazendo tapping e **two hands. O primeiro modelo de produção da Stick foi lançado em 1974. Emmett lançou seu primeiro livro de lições para o novo instrumento, em 1976, e o chamou de Free Hands.

**Assunto das próximas postagens.











O guitarrista Eddie Van Halen foi o responsável por popularizar essa técnica. Considerado um dos melhores guitarristas que o mundo já conheceu, sua rapidez e criatividade chamaram atenção logo no primeiro disco do VAN HALEN.

Eddie Van Halen - Eruption.




No contrabaixo, Billy Sheehan sem dúvida foi um dos baixistas que mais contribuiu para a popularização do tapping. Nascido em 19 de março de 1953 nos Estados Unidos, Sheeran é amplamente reconhecido como um dos maiores baixistas de rock da história.
Billy foi eleito pelos leitores da revista Guitar Player como "melhor baixista" por 5 vezes. A mesma revista fez um paralelo entre seus solos no baixo e os de Eddie Van Halen na guitarra.
O repertório de Billy no baixo inclui o uso de acordes, tapping com as duas mãos e sofisticadas estruturas harmônicas. Entretanto, Billy também é notado por ser um baixista "de verdade", fazendo o papel de "suporte" existente no rock.
Conhecido tambem por ter tocado com Steve Vai, David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big, além de inumeros trabalhos com outros artistas.


Referências no tapping:

Victor Wooten, John Myung, Zuzo Mossauer, entre outros.

Stuart Hamm

Formado na Berklee School of Music em Boston, ex-professor do BIT (Bass Institute of Technology) em Los Angeles - Stuart Hamm é muito conhecido por seu trabalho solo (cinco CDs), por ter gravado três CDs de Joe Satriani, dois de Steve Vai, quatro de Frank Gambale, excursionado com Satriani e com o G3, dentre outros trabalhos.

Com amplo domínio sobre as técnicas de tapping e two hands, Stuart Hamm é referência no mundo do contrabaixo, e tem influenciado várias gerações de baixistas no mundo inteiro.


Stuart Hamm - Bass Solo



Espero que aproveitem...

Att

sábado, 31 de maio de 2008

Orquestra de Contrabaixo

Apresentação feita em 2005 no Festival Internacional de Música de Ankara, na Turquia.





Baixistas:
Christine Gentet
Etienne Roumanet
Yves Torchinsky
Jean-Philippe Viret
Oliver Moret
Zavier Lugue

domingo, 25 de maio de 2008

Nico Assumpção

Nascido em São Paulo em 13 de agosto de 1954, Nico é considerado um um dos maiores contrabaixistas brasileiros e do mundo. O paulista Nico Assumpçao (Antônio Álvaro Assumpção Neto) era filho de um industrial que tocava baixo acústico amadoramente. Ainda assim, começou tocando violão, e teve aulas com o violonista Paulinho Nogueira. Mais tarde, fã de rock, passou a tocar baixo para tapar um buraco em uma banda da escola. Interessou-se pelo instrumento e passou a tocá-lo sistematicamente, até que nos anos 70, aos 17 anos, foi estudar harmonia e orquestração nos Estados Unidos, na Universidade da Califórnia. De volta ao Brasil, teve aulas com Amilton Godoy, do Zimbo Trio, e profissionalizou-se, tocando em casas noturnas, gravações e jingles comerciais. Mas o mercado brasileiro, difícil para a música instrumental, o fez voltar aos EUA em 1976, onde tocou ao lado de Wayne Shorter, Pat Metheny, Sadao Watanabe, Don Salvador, Charlie Rouse e outros. De volta ao Brasil em 81, lançou o primeiro disco nacional solo de um baixista, o independente "Nico Assumpção", e com isso contribuiu para solidificar o caráter de solista do seu instrumento. Também foi um dos pioneiros na utilização do baixo elétrico fretless de 5 e 6 cordas no Brasil. Em 1982 Nico mudou-se para o Rio de Janeiro, e tornou-se um dos mais requisitados pelos maiores nomes da MPB, tanto para shows quanto para estúdio. Entre outros, Nico acompanhou Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco, Maria Bethânia, Edu Lobo, César Camargo Mariano e Toninho Horta. Participou do Free Jazz Festival de 1988 e tocava com freqüência ao lado de outros músicos, como Luiz Avellar, Wauke Wakabaiashi, Marco Pereira e outros.
O baixista não se satisfazia somente tocando.Ele adorava dar aulas e, por ser extremamente perfeccionista, tanto com seus alunos quanto consigo mesmo, ganhou a fama de ser dono de uma personalidade fortíssima. A paixão por ensinar o fez escrever o método Bass Solo - Segredos da Improvisação (Ed. Lumiar), que levou dois anos até ficar pronto, no ano de 2000.
O método seria lançado somente em 2003.
Nico Assumpção morreu vítima de câncer em janeiro de 2001.


Nico Assumpção - Bass Solo com Larry Coryell
Show gravado na Bahia
  • Larry Coryell - Guitarra
  • Billy Cobham - Bateria
  • Dori Caymmi - Guitarra e Vóz
  • Luiz Avellar - Teclados
  • Romero Lubambo - Guitarra
  • Marcio Montarroyos - Trumpete
  • Donald Harrison - Sax
Nico Assumpção - Bass Solo com João Bosco.



Discografia:

*Nico Assumpção (1981)

*High Life (1985)

*Nico Assumpção, Luis Avellar e Kiko Freitas
Tocando Victor Assis Brasil (200)

Fonte:
Cliquemusic
Ejazz
Canal do Músico