sábado, 19 de julho de 2008

Two Hands

Técnica semelhante ao Tapping que consiste em tocar guitarra/baixo como no piano, com as duas mãos tocando notas/acordes no braço.
Mas diferente do tapping onde as frases são geralmente usadas pra construir padrões de frases, buscando efeito de grande velocidade, o Two Hands pode ser usando acordes, invesões....dando a sensação, de ter mais de um instrumento sendo tocado ao mesmo tempo.

O guitarrista Stanley Jordan é referência nessa técnica pois foi o primeiro a tocar com perfeição a técnica em um dos mais dificeis estilos de música, o Jazz.
Outros guitarristas que são conhecidos por usar essa técnica: Marcinho Eiras, Dulcimer, Jennifer Batten (que é conhecida como a "ex - guitarrista do Michael Jackson)...

No mundo do contrabaixo, sem sombra de dúvidas Stu Hamm é um dos maiores nomes dentro do two hands de todos os tempos. Inclusive com video aula sobre o assunto.
Alem dele outros nomes também são referências, como: Victor Wooten, Michael Manring, Jhon Myung, Chico Gomes, Nilton Wood, Zuzo entre outros.

Stanley Jordan plays "Stairway to Heaven"


Nilton Wood


Chico Gomes


Jennifer Batten

Tapping

Tapping é uma abreviação de fretboard tapping ou finger tapping. Variação do legato, ou técnica de notas ligadas. Consiste em utilizar uma ou as duas mãos para "martelar" (tap) notas na escala, ligando-as, atraves de pull-offs e (ou) hammer-ons, fazendo com que as frases adquiram efeito de grande velocidade.

Técnica utilizada principalmente na guitarra, mas também muito comum em outros instrumentos, como o contrabaixo e até o violão.

Muitas são as histórias do surgimento dessa técnica tão popular. Até a de um violonista flamenco que por volta do ano de 1900, usava alguns ligados no violão para obter frases mais rápidas já que não conseguia dedilhar tudo. Muitos apontam Eddie Van Halen como o criador do Tapping.

Mas em 1971, ou seja, 7 anos antes do lançamento do primeiro álbum do Van Halen, Steve Hackett (guitarrista do Genesis), já usava tapping em faixas do álbum: No Nursery Cryme, gravado e lançado no mesmo ano. Como exemplo a introdução de: The Return of the Giant Hogweed.

Em 1969 um músico Americano chamado Emmett Chapman, cria um instrumento conhecido como Chapman Stick. Instrumento onde ele usava ambas as mãos em paralelo aos trastes, fazendo tapping e **two hands. O primeiro modelo de produção da Stick foi lançado em 1974. Emmett lançou seu primeiro livro de lições para o novo instrumento, em 1976, e o chamou de Free Hands.

**Assunto das próximas postagens.











O guitarrista Eddie Van Halen foi o responsável por popularizar essa técnica. Considerado um dos melhores guitarristas que o mundo já conheceu, sua rapidez e criatividade chamaram atenção logo no primeiro disco do VAN HALEN.

Eddie Van Halen - Eruption.




No contrabaixo, Billy Sheehan sem dúvida foi um dos baixistas que mais contribuiu para a popularização do tapping. Nascido em 19 de março de 1953 nos Estados Unidos, Sheeran é amplamente reconhecido como um dos maiores baixistas de rock da história.
Billy foi eleito pelos leitores da revista Guitar Player como "melhor baixista" por 5 vezes. A mesma revista fez um paralelo entre seus solos no baixo e os de Eddie Van Halen na guitarra.
O repertório de Billy no baixo inclui o uso de acordes, tapping com as duas mãos e sofisticadas estruturas harmônicas. Entretanto, Billy também é notado por ser um baixista "de verdade", fazendo o papel de "suporte" existente no rock.
Conhecido tambem por ter tocado com Steve Vai, David Lee Roth e nas bandas Talas e Mr. Big, além de inumeros trabalhos com outros artistas.


Referências no tapping:

Victor Wooten, John Myung, Zuzo Mossauer, entre outros.

Stuart Hamm

Formado na Berklee School of Music em Boston, ex-professor do BIT (Bass Institute of Technology) em Los Angeles - Stuart Hamm é muito conhecido por seu trabalho solo (cinco CDs), por ter gravado três CDs de Joe Satriani, dois de Steve Vai, quatro de Frank Gambale, excursionado com Satriani e com o G3, dentre outros trabalhos.

Com amplo domínio sobre as técnicas de tapping e two hands, Stuart Hamm é referência no mundo do contrabaixo, e tem influenciado várias gerações de baixistas no mundo inteiro.


Stuart Hamm - Bass Solo



Espero que aproveitem...

Att

sábado, 31 de maio de 2008

Orquestra de Contrabaixo

Apresentação feita em 2005 no Festival Internacional de Música de Ankara, na Turquia.





Baixistas:
Christine Gentet
Etienne Roumanet
Yves Torchinsky
Jean-Philippe Viret
Oliver Moret
Zavier Lugue

domingo, 25 de maio de 2008

Nico Assumpção

Nascido em São Paulo em 13 de agosto de 1954, Nico é considerado um um dos maiores contrabaixistas brasileiros e do mundo. O paulista Nico Assumpçao (Antônio Álvaro Assumpção Neto) era filho de um industrial que tocava baixo acústico amadoramente. Ainda assim, começou tocando violão, e teve aulas com o violonista Paulinho Nogueira. Mais tarde, fã de rock, passou a tocar baixo para tapar um buraco em uma banda da escola. Interessou-se pelo instrumento e passou a tocá-lo sistematicamente, até que nos anos 70, aos 17 anos, foi estudar harmonia e orquestração nos Estados Unidos, na Universidade da Califórnia. De volta ao Brasil, teve aulas com Amilton Godoy, do Zimbo Trio, e profissionalizou-se, tocando em casas noturnas, gravações e jingles comerciais. Mas o mercado brasileiro, difícil para a música instrumental, o fez voltar aos EUA em 1976, onde tocou ao lado de Wayne Shorter, Pat Metheny, Sadao Watanabe, Don Salvador, Charlie Rouse e outros. De volta ao Brasil em 81, lançou o primeiro disco nacional solo de um baixista, o independente "Nico Assumpção", e com isso contribuiu para solidificar o caráter de solista do seu instrumento. Também foi um dos pioneiros na utilização do baixo elétrico fretless de 5 e 6 cordas no Brasil. Em 1982 Nico mudou-se para o Rio de Janeiro, e tornou-se um dos mais requisitados pelos maiores nomes da MPB, tanto para shows quanto para estúdio. Entre outros, Nico acompanhou Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco, Maria Bethânia, Edu Lobo, César Camargo Mariano e Toninho Horta. Participou do Free Jazz Festival de 1988 e tocava com freqüência ao lado de outros músicos, como Luiz Avellar, Wauke Wakabaiashi, Marco Pereira e outros.
O baixista não se satisfazia somente tocando.Ele adorava dar aulas e, por ser extremamente perfeccionista, tanto com seus alunos quanto consigo mesmo, ganhou a fama de ser dono de uma personalidade fortíssima. A paixão por ensinar o fez escrever o método Bass Solo - Segredos da Improvisação (Ed. Lumiar), que levou dois anos até ficar pronto, no ano de 2000.
O método seria lançado somente em 2003.
Nico Assumpção morreu vítima de câncer em janeiro de 2001.


Nico Assumpção - Bass Solo com Larry Coryell
Show gravado na Bahia
  • Larry Coryell - Guitarra
  • Billy Cobham - Bateria
  • Dori Caymmi - Guitarra e Vóz
  • Luiz Avellar - Teclados
  • Romero Lubambo - Guitarra
  • Marcio Montarroyos - Trumpete
  • Donald Harrison - Sax
Nico Assumpção - Bass Solo com João Bosco.



Discografia:

*Nico Assumpção (1981)

*High Life (1985)

*Nico Assumpção, Luis Avellar e Kiko Freitas
Tocando Victor Assis Brasil (200)

Fonte:
Cliquemusic
Ejazz
Canal do Músico

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Harmônicos - Naturais e Artificiais

As primeiras teorias matemáticas da acústica incidem na frequência de vibração das cordas tensas, sendo Brook Taylor (1685-1731) – o criador das famosas séries com o seu nome – o primeiro a deduzir uma expressão analítica, para determinação da frequência de vibração das cordas tensas, em função do seu comprimento, tensão e densidade linear, a qual concordava com as leis experimentais de Mersenne e Galileo. O trabalho de Taylor foi publicado em 1713, tendo sido posteriormente aperfeiçoado e generalizado, mediante a introdução de derivadas parciais, por Daniel Bernoulli (1700-1782), Leonard Euler (1707-1783) e Jean le Rond d’Alembert (1717-1783). Considera-se que d’Alembert foi o primeiro a deduzir, em 1747, para o caso das cordas vibrantes, a equação diferencial da propagação ondulatória, actualmente denominada simplesmente por Equação de Onda.

Entretanto, Sauveur, por volta de 1700, observa que uma corda tensa pode vibrar de forma a que certos pontos da corda não oscilem, os quais denominou por nódos, e que certos pontos sofram uma oscilação muito violenta, os quais denominou por ventres. Facilmente reconheceu que esse tipo de vibração se devia à ocorrência de frequências superiores à frequência de vibração da corda como um todo, e verificou que as frequências mais altas eram múltiplas inteiras da frequência mais baixa, correspondente à vibração da corda como um todo, a qual denominou por Frequência Fundamental. Sauver denominou o conjunto de todas essas frequências por Harmônicos, correspondendo o 1º harmônico à frequência fundamental. Tal denominação é ainda utilizada atualmente.

Em 1755, Daniel Bernoulli demonstra teoricamente que é possível uma corda tensa vibrar de forma que estejam presentes, simultaneamente, vários harmônicos, sendo o deslocamento, de um dado ponto da corda, igual ao resultado da soma algébrica dos deslocamentos correspondentes a cada harmônico. Tal formulação ficou conhecida por Principio da Sobreposição.

Em termos musicais, as harmônicas são
componentes de um tom harmônico cujo som é multiplicado por um numero inteiro, ou adicionado com uma nota tocada em um instrumento musical. Os múltiplos não-inteiros são chamados de parciais ou sobretons. A amplitude e o posicionalmento das harmônicas e parciais que conferem timbres diferentes para os instrumentos (apesar de não serem comumente detectados por um ouvido humano não treinado), e são as trajetórias separadas dos sobretons de dois instrumentos tocados em um intervalo que permitem a percepção de seus sons como separados. Os sinos possuem parciais perceptíveis mais claramente do que a maioria dos instrumentos.

Um sobretom é um parcial (uma onda parcial ou uma frequência constituinte) que pode ser tanto harmônico como "inarmônico".

Um harmônico é um múltiplo inteiro da frequência fundamental. Um sobretom inarmônico é um múltiplo não inteiro da frequência fundamental.

Um exemplo de sobretons harmônicos: (harmonia absoluta)

f 440 Hz tom fundamental primeiro harmônico
2f 880 Hz primeiro sobretom segundo harmônico
3f 1320 Hz segundo sobretom terceiro harmônico
4f 1760 Hz terceiro sobretom quarto harmônico...


Nem todos os sobretons são necessariamente harmônicos isto é, múltiplos exatos da frequência fundamental. Alguns instrumentos musicais produzem sobretons que são ligeiramente mais sustenidos ou bemolizados do que os harmônicos verdadeiros. A sustenização, ou bemolização, dos sobretons é um dos elementos que contribuem para seus sons ímpares e também tem como efeito tornar não periódicas suas formas de onda.

Alguns instrumentos como o diapasão ou as flautas produzem um som claro, quase perfeito, porque seus sobretons estão bastante próximos da harmonia absoluta com a frequência básica.

Em muitos instrumentos musicais, é possível se produzir as harmônicas superiores sem a nota fundamental estar presente. Em uma caso simples (como em uma flauta doce), isto tem o efeito de elevar a nota em uma oitava; porém em casos mais complexos outras variações também podem ocorrer. Em alguns casos isto também modifica o timbre da nota. Este é parte do método normal para a obtenção de notas mais altas nos instrumentos de sopro. A técnica estendida inclui algumas técnicas não-convencionais de tocar multifônicas que também geram harmônicas adicionais.

Nos instrumentos de corda é possível a produção de notas muito puras, chamadas de harmônicas pelos músicos, as quais possuem uma alta qualidade, assim como uma alta intensidade, localizada no "nó'' das cordas.

Série Harmônica

A série harmônica é uma série infinita, composta de ondas senoidais com todas as freqüências múltiplas inteiras da freqüência fundamental. Tecnicamente, a freqüência fundamental é o primeiro harmônico, no entanto, devido a divergências de nomenclatura, alguns textos apresentam a freqüência 2F como sendo o primeiro harmônico. Para evitar ambigüidades, consideramos, no âmbito desse artigo, que a fundamental corresponde ao primeiro harmônico. Não existe uma única série harmônica, mas sim uma série diferente para cada freqüência fundamental. A Tabela abaixo mostra dois exemplos de série harmonica. Uma se inicia no Lá1(110 Hz) e a outra no Do1(132 Hz). A freqüência dá nota Do1 foi arredondada para simplificar a tabela. Em um sistema temperado as freqüências das notas seriam ligeiramente diferentes (Ver observações e o texto abaixo). São mostrados os 16 primeiros harmônicos para cada série.

# Lá1 Do1 Observações
Nota Frequência(Hz) Nota Frequência(Hz)
1(F) Lá1 110 Do2 131 Freqüência fundamental. Tecnicamente o primeiro harmônico.
2 Lá2 220 Do3 262 Uma oitava acima da fundamental. 2º harmônico
3 Mi3 330 Sol3 393 Uma quinta acima do 2º harmônico.
4 Lá3 440 Do4 524 Duas oitavas acima da fundamental.
5 Do#4 550 Mi4 655 Todos os harmônicos ímpares subseqüentes soam desafinados em relação aos equivalentes temperados
6 Mi4 660 Sol4 786 Note que o Sol4 da série de Do é diferente da mesma nota na série de Lá (linha abaixo)
7 Sol4 770 Sib4 917
8 Lá4 880 Do5 1048 Três oitavas acima da fundamental
9 Si4 990 Ré5 1179
10 Do#5 1100 Mi5 1310
11 Ré#5 1210 Fa#5 1441
12 Mi5 1320 Sol5 1572
13 Fá#5 1430 Lá5 1703 Veja que o Lá 5 é muito desafinado em relação à mesma nota na série de Lá (última linha)
14 Sol5 1540 Sib5 1834 Estas notas não pertencem a nenhuma escala ocidental por terem intervalo inferior a um semitom.
15 Sol#5 1650 Si5 1965
16 Lá5 1760 Do6 2096 Quatro oitavas acima da fundamental

A partitura abaixo mostra as 16 primeiras notas da série iniciada em Do2, mostrada na tabela acima.

Harmônicos Naturais

No baixo, se tocarmos uma corda com um dedo da mão direita enquanto tocamos levemente (sem pressionar) com um dedo da mão esquerda nessa corda em determinados trastes (correspondendo aos nodos harmônicos, lugares em que não há movimento no padrão de oscilação), podemos ouvir distintamente o harmônico correspondente, porque os outros harmônicos assim são eliminados ou, pelo menos, a sua intensidade é consideravelmente diminuída.

Harmônicos Artificiais

Os Harmônicos Artificias podem ser feitos com qualquer nota do braço. Você precisa pressionar uma nota com um dedo da mão esquerda, enquanto toca com o dedo indicador da mão direita, econstando o polegar levemente sobre a corda (no estilo Jaco Pastorius), ou tocando a nota com o dedo médio, ou anelar e encostando o indicador (estilo Steve Bailey).

Jaco Pastorius com weather Report - Birdland



Steve Bailey - Masterclass


quinta-feira, 22 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

A Invenção do Baixo Fretless














Fretless é todo instrumento de cordas sem trastes de metal dividindo (ou temperando) a escala nos 12 tons iguais da música ocidental.

Em 1961 Bill Wyman, o baixista que mais tarde faria parte da banda de maior projeção mundial do rock’n roll, Rolling Stones, ao assistir um show de Barron Knight se apaixonou pelo som do baixo. Naquela semana, com a ajuda de um amigo, comprou um baixo de segunda mão.
Um instrumento usado fabricado no Japão, e descrito pelo próprio Wyman como desproporcional, desconfortavel, pesado e de difícil afinação por causa dos trastes mal ajustados e desgastados pelo tempo de uso. Comprou tambem um amplificador Linear-Concorde de 30watts, além de um alto falante Goodman de 8 polegadas para os graves. A caixa de som para o alto-falante, ele mesmo construiu com madeira e cimento.
Com dois ou três shows por semana, o dinheiro que entrava pagava pelo equipamento comprado à prestação.
Tentando ajeitar o baixo, tirou os trastes, reduziu o tamanho do corpo, retirou a pintura com lixas, instalou um novo pickup “Baldwin”. Mas esta estratégia era para apenas retrastar o instrumento em seguida contratar um profissional. Mas descobriu que gostava mais do som dele assim. Bill Wyman tornou-se o primeiro a ter e concretizar a idéia do fretless, usando-o inclusive na gravação de alguns sucessos dos Stones, como Paint It Back do álbun Aftermath/ABKCO de 1966. (baixar musica)
Bill Wyman permaneceu nos Roling Stones até 1991. Recentemente lançou sua autobiografia Stone Alone, que infelismente não foi lançada no Brasil.

Em 1965, o primeiro fretless Bass Aubi da Ampeg é lançado no Mercado tendo poucos adeptos. Já o primeiro baixo fretless da Fender surgiu em 1970, somente no modelo Precison Bass.
Mas, eis que surge Jaco Pastorius, o mago, o rei, o divisor de águas da história do contrabaixo elétrico mundial. Jaco resolveu tirar, ele mesmo, os trastes de seu Fender Jazz Bass 1962, e após preencher os filetes e vãos da escala com resina epoxy nascia o primeiro baixo fretless da era moderna na música popular.
Como visto anteriormente,os baixos fretless até aí se resumiam ao Ampeg com sonoridade obscura e os Fenders Precision com um captador no meio do corpo. O timbre destes instrumentos é interessante, mas a pesquisa de Pastorius elevou a temperatura da sonoridade fretless a um extremo. Usando apenas o captador da ponte para um som mais médio-anasalado, favorecendo as freqüências em torno de 1Khz, Pastorius municiou os sonhos de muitos aspirantes a baixista
, popularizando de vez o baixo fretles.

(esquerda) - AMB-1 (trastes)
(direita) - AMUB-1 (fretless) da Ampeg




















Jaco com seu Fender Jazz Bass (fretless)















"Slang" Jaco Pastorius



Fonte:
www.jorgepescara.com.br
www.xstrange.com

domingo, 27 de abril de 2008

Sem grana pra comprar um baixo??



Que tal reciclar então!! rsrs

Jaco Pastorius (with Weather Report) - Portrait Of Tracy



Clássico do baixo elétrico, usando harmônicos naturais.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Charles Mingus

Charles Mingus Jr. é o mais influente contrabaixista do jazz moderno. Nascido numa base militar em Nogale, Arizona, cresceu em Los Angeles. Tendo começado a estudar música ainda criança, depois de tentativas sem muito sucesso com o trombone e o violoncelo, acabou por se decidir pelo contrabaixo na época do colégio. Seu talento logo foi percebido, e Mingus trocou nos anos 40 nos grupos de Barney Bigard, Louis Armstrong e Lionel Hampton. Participou do trio do vibrafonista Red Norvo (com o guitarrista Tal Farlow) em 1950-1951. Nos anos 50 tocou com uma constelação de grandes músicos: Billy Taylor, Stan Getz, Art Tatum, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Max Roach e Duke Ellington, a quem admirava muito.









Em 1956 Mingus gravou o disco Pithecanthropus Erectus, amplamente reconhecido como uma obra-prima, que estabeleceu definitivamente seu nome como um dos líderes do jazz moderno. Nos dez anos seguintes, ele comporia temas antológicos e gravaria discos idem, tocando com Eric Dolphy, Jackie McLean, J. R. Monterose, Jimmy Knepper, Roland Kirk, Booker Ervin e John Handy, entre outros. Durante a década de 60, porém, problemas psicológicos e dificuldades financeiras fizeram a carreira de Mingus entrar em parafuso (não sem antes gravar mais uma de suas obras-primas, The Black Saint and The Sinner Lady, e também um disco solo como pianista, Mingus Plays Piano). Alguns aspectos dessa fase estão documentados no documentário Mingus, de Thomas Reichman (1968).

As coisas só iriam melhorar, na vida profissional e pessoal, a partir de 1971, com o recebimento de uma bolsa de composição da fundação Guggenheim, a venda das matrizes do selo Debut (que fora fundado por Mingus e Max Roach) para a Fantasy, e a publicação da surpreendente autobiografia Beneath the Underdog (algo como “Mais por baixo que vira-lata”). A partir daí, começou a haver um reconhecimento maior por parte do público; porém há quem diga que o fogo criador havia sido um tanto atenuado. Em 1977 foi diagnosticada em Mingus uma esclerose lateral amiotrófica. Em 1978, realizou-se um concerto em sua homenagem na Casa Branca, ao qual Mingus compareceu já numa cadeira de rodas. O fim viria em 5 de janeiro de 1979, depois de uma série desesperada de tentativas de cura usando diversos tipos de medicina não-convencional. Depois de sua morte, seu prestígio cresceu ainda mais, e os grupos Mingus Dinasty e Mingus Big Band levaram seu legado adiante.

Mingus possuía uma personalidade complexa, contraditória e até mesmo agressiva - não são poucas as histórias que se contam de Mingus tendo agredido outros músicos. Tendo experimentado diversas interrupções na produção musical por conta de sua instabilidade emocional, recuperava-se a seguir para continuar tocando magistralmente. Sentia com intensidade o drama do preconceito racial, usando diversas vezes a música como veículo de protesto (por exemplo, na composição “Fables of Faubus”, endereçada a um governador do estado de Arkansas).

Nos anos 50 e 60, Mingus abriu novos caminhos para o jazz e para o contrabaixo em particular. Seu toque ao contrabaixo é nervoso, veloz e irregular, e seus solos são longos e intensos. Ele fez com o contrabaixo o que Max Roach e Art Blakey fizeram com a bateria: emancipou o instrumento, trouxe-o para o primeiro plano, conferiu-lhe um discurso próprio. As composições de Mingus, às vezes estruturadas de modo consideravelmente complexo, revelam um pensamento musical sofisticado. O conjunto de Mingus, em todas as suas diferentes formações, se caracterizava por uma intensa improvisação coletiva e por uma grande liberdade harmônica. Em certo sentido, ele pode ser considerado um precursor do free jazz. No entanto, é bom lembrar que Mingus nunca deixou de cultivar, mesmo em peças mais profundamente radicais, as raízes do jazz. Ora vanguardista, ora tradicionalista, ora lírico, ora feroz, porém sempre inovador e profundamente musical, Mingus criou, ao longo de seus 56 anos, uma obra profunda, que tem servido de inspiração para gerações de músicos.

Visite: www.mingusmingusmingus.com/

Fonte: Ejazz.
(V.A. Bezerra, 2001)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Como Fazer o Download no Easyshare

Para fazer o download é muito simples...

Basta clicar no link "Easyshare link" abaixo do arquivo a ser baixado.
Que vc irá para uma página assim:


















Depois...

















Depois de clicar em download file aparecera a telinha do "explorer ou firefox".
No Explorer:


















No Firefox:



















Pronto, agora é só esperar.
*Lembrando que os arquivos estão em pdf, portanto é preciso do Adobe Reader para que seu computador possa reconhecer o arquivo. Caso vc não tenha o programa faça o download aqui.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O surgimento do Slap e seu criador







Larry Graham, Jr. nasceu em 14 de agosto de1946 em Beaumont, Texas, EUA, sendo filho único. A sua família possuía fortes ligações com a música sendo que a sua mãe era pianista no coral da igreja e o pai era guitarrista de jazz.

Larry ficou conhecido no mundo todo, por ser o pioneiro na arte do Slap.
Diz a lenda que ele começou a bater e puxar as cordas do baixo, com idéia de fornecer elementos rítmicos para sua levada, para compensar a falta de um baterista. Tocando o thumb para simular o bumbo, e o pop para a caixa. Isso por volta do ano de 1961.

Thumb – “martelada”, batida com o dedo polegar da mão direita.
Pop ou Pluck – puxada com os dedos, indicador, médio e/ou anular da mão direita.


Em 1966, Larry Graham recebeu uma proposta para atuar num grupo de sete componentes que ficou conhecido como "Sly & the Family Stone".A banda tornou-se especialmente conhecida durante os anos 1967 a 1972, influenciando toda a música pop norte americana em geral, e mais especificamente o soul, R&B, funk, e mais tarde o hip hop.
Mais tarde, após a desintegração da banda, devido ao consumo de drogas por parte de um dos seus integrantes, Larry formou sua própria banda chamada Graham Central Station, que fez muito sucesso na década de 70.

Larry continuava a usar e a desenvolver a técnica de adicionar ritmos de percussão ao baixo. O estilo de bater com o polegar nas cordas mais graves e puxar com outros dedos as cordas mais agudas, tudo isto de forma agressiva e a uma velocidade estonteante, acabou por influenciar todo o funk moderno. Este estilo de (machine-gun bass) foi mais tarde aperfeiçoado e usado por Les Claypool, Bootsy Collins, Louis Johnson, Mark King, Michael "Flea" Balzary, Victor Wooten, Marcus Miller, Stanley Clarke, e tantos outros. No Brasil nomes como Zuzo Moussawer, André Gomes, Roger Solari, Celso Pixinga, são referências nessa técnica.


O slap...de Larry Graham a Victor Wooten...




Bass Guitar Super Mario theme song (Jean Baudin)




O californiano Jean Baudin, e seu baixo de 11 cordas.
Alguns dos seus brinquedinhos...


































































segunda-feira, 31 de março de 2008

Hatchway





Frank Solari, Roger Solari e Kiko Freitas.

domingo, 30 de março de 2008

Hatchway Bass Tab (Frank Solari)

G------------------------------------------7-6----------------------
D----------------------------------------------9-7-9----------------
A--------------------------------------------------------------------
E-------------0-----------------------0-----------------------------


groove 1
G--------8-6---------------------------------------------------------------
D--9-7------7---7-6------6---------9-7---7-6-----------------------------
A------9-------8-----9-7---9-7---------9-----9-7-4/6-6-6----------------
E--------------------------------7------------------------------0-0-0-7*--

obs...na ultima vez não toca a nota (B*)

repete 2x
groove 2
G---------------------------------------------------------------------------
D-----3-2-0-2-0----0--------------------3-2-0-2-0-----3------2-5-------
A-----------------3----3-0H2------------------------3-1--1-2-3-----------
E--3---------------------------3-0-1-2-3------------------------------3\*-

*só na segunda vez


G------------------------------------------------------------------------------
D-----------------------5-3--3\2--2P0----------------------------------------
A---------------------------5----3-----3P0-2--3-4-5---5--0-5-x-5-5---------
E-0--0-0-0-0-0-0--0-3----------------------3--------------------------------
__T__T_ T_T_ T_T_ T


G------------2H3-------------------------------------------------------
D------4P2-------4-2-4-2----------------------------------------------
A----------4--------------4-3-2-----2----------------------------------
E-0--2--------------------------5-3------------------------------------



G--------8P6----------------------------------------------------------
D--9P7------7--7P6----6----------------3H4--------------------------
A------9------9----9-7--9-7-0-2-3-4-5-----------------3H4----------
E---------------------------------------------0-2-3-4-5---------------


G-------------------
D----5-------------
A------------------
E--3--0-3-X-3-3-


G----------------------------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------------2---------------
A-------------3H4-----5------3H4------5/6\5-3-------------4-3-2---------
G--0-2-3-4-5-----3P0---3H5-----5-3-0---------5-3-0-2-----------5-3-----

groove 3
repete 3x
G----------------------------------------------------------------------------
D----------------------------------------------------------------------------
A------------5/6-----7--7--7/9-----------------4-----------6H7------------
E-/7--7-7-7------7-7--7--7------5--5-5-5-5H7---0--0-0-0-----0----------

na quarta vez...
G-----------------------------------------------------------------------------
D-----------------------------------------------------------------------------
A------------5/6-----7--7--7/9-----------------4---5-5-4-5-4-----5-4------
E-/7--7-7-7------7-7--7--7------5--5-5-5-5H7---0-------------7-5----7-5--


volta para groove 1...
groove 2...


G-------------------------------------x---x-------------------x----------
D-------------------------------------------------------------------------
A---------------------------------------x---5-5-5-x-5-x-5-5---2--------
E-0--0-0-0-0-0-0-3-3-x-3-x-3-x-3-------------------------------------
___T__T_ T_T_T_T_T_T__T_T_T_T_T_T_T_P_T_P_T_T_T_T_T_T_T_TU_P_T


G---x---------------------------------------------------------------------
D----------------------------------3H4----------3H4---5----------------
A-x--2-2-x-2-x-2-x-2-0-2-3-4-5----------------------------------------
E--------------------------------------0-2-3-4-5----3---0-3-x-3-3------
__T_P_T_T_T_T_T_T_T_ T

G------------------------------------------------------------------------
D-----------------------------------------------------2------------------
A------------3H4-----5-----3H4------5/6\5-3--------4-3-2------------
E-0-2-3-4-5-----3P0--3H5-----5-3-0---------5-3-0-------5-3-2-5----


G-------------------------------------------------------------------
D-------------------------------------------------------------------
A-----------------------0-x-x-x-2-2-2H4----------------------------
E-14\--0H2-2-2-x-x-----------------------------------------------
___T ____T___T_TU_T_P1_T_ T_TU_P1_T_TU_T

G----------------------------------------------------------
D----------------------------------------------------------
A----------------------------------------------------------
E-0-0-0-0-0-0--------------------------------------------
___T T T T T T...

**
G-------------------------------------------
D-------------------------------------------
A-------------------------------------------
E--5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-5-----


G----------------------------------------------------------
D--------------------------------------11-9-7-------------
A---------------------x-5-x-5-5-x-7--7-------9-7---------
E--x-2-x-2-2-2--2-2---------------------------------5*---volta para**
___T_TU_P1_T_T_T_T_T_T_TU_P1_T_T_T_TU
*só na segunda vez


G-----------------------------------------------------------------------
D-----------------------------------------------------------------------
A------------------------------------3H5-----5-----3H4---------------
E--0----------------------0-2-3-4-5-----3P0--3H5-----5-3-0-2------

*volta para o groove 3 fazendo algumas variações, mas a parte rítmica permanece praticamente a mesma.

T - Thumb
TU - Thumb up
P - Pluck
P1 - Pluck com dedo (1) mão direita
H - Hammer on
P - Pool off
(/ ) - Up slid
(\) - Down slid
x - Dead note

Pra galera que gosta de um som instrumental de qualidade, ai esta uma ótima sugestão.
Pra quem não conhece, a musica Hatch Away é de autoria do guitarrista gaúcho Frank Solari, e faz parte do seu primeiro álbum gravado em 1993 de forma independente.
Participaram da gravação dessa faixa, o baterista Kiko Freitas e o baixista Roger Solari.
Roger e Frank são irmãos, ambos iniciaram seus estudos musicais no piano.
Aos 11 anos Roger mudou para o contrabaixo, e aos poucos conquistou seu espaço na musica instrumental brasileira, e hoje é considerado por muitos um dos melhores baixistas do mundo.

Na musica Hacth Away, como vocês podem ver o baixo e a guitarra tocam muitas frases simultâneamente, a maioria delas construidas em padrões de semicolcheia, o que torna a execução difícil. Ficando um pouco mais complexa sua execução no baixo, já que o instrumento impõe algumas dificuldades no que dis respeito a sua construção.
Nessa musica Roger faz uma combinção de técnicas como por exemplo o "groove 1" que é executado com pizzicato, e em algumas partes fazendo a condução com slap, técnica essa que é sua especialiade.
A musica é de execução complexa e precisa ser estudada com calma, para que as frases tenham uma boa sonoridade.

Bons estudos...
Eriberto.




sexta-feira, 28 de março de 2008

O Pai do Contrabaixo Elétrico.




No início dos anos 50, Clarence Leo Fender, perito em eletrônica de rádios e criador da guitarra elétrica que levava seu nome, observou que o contrabaixo acústico apresentava alguns inconvenientes para pequenas formações musicais, como seu tamanho e a sua baixa sonoridade em comparação com a guitarra elétrica , o que obrigava os contrabaixistas da época a colocarem microfones para uma maior amplificação do instrumento. Sob esse prisma, Leo Fender, na primeira metade de 1949, iniciou a construção de um instrumento que ficava entre a guitarra elétrica e o grande contrabaixo acústico. Em outubro de 1951, Leo construiu o primeiro contrabaixo elétrico da história, usado pela primeira vez na banda de Bob Guildemann (blues e rock).

O instrumento foi chamado de Precision Bass. “O primeiro corpo sólido destinado a ser um instrumento musical foi construído em 1943”, conta Leo. “Nessa época, eu tinha a patente dos sistemas de captadores. Sendo assim, nesse período, eu não estava particularmente interessado em sons musicais e sim em captadores. A amplificação de qualquer sinal me fascinava. O baixo Fender foi o próximo passo da evolução após a guitarra elétrica. Foi uma idéia que se tornou uma obsessão”.

De acordo com Leo Fender, não existiam cordas para contrabaixo elétrico nessa época. Então os músicos usavam cordas de instrumentos acústicos. “Tivemos de cortá-las e adaptá-las em nosso projeto. Nós as revestimos com uma fina liga de aço, permitindo assim que o sinal fosse magnetizado pelo imã do sistema de captadores que tínhamos inventado. Mais tarde, iniciamos a fabricação de cordas específicas para nosso novo instrumento”.
Seu principal objetivo com esse projeto era a comodidade. Além disso, Leo Fender queria construir um instrumento que pudesse oferecer maior sonoridade e que coubesse no porta-malas de um carro. Mas muita gente achou que ele estava ficando maluco. “Alguns amigos diziam que eu estava completamente louco e que eu nunca conseguiria vender isso”. Leo, porém, era um visionário e esses baixistas precisavam de um novo instrumento. E ele iria desenvolvê-lo.

O primeiro modelo foi construído no final dos anos 50. Diversos músicos quiseram experimentá-lo. Mas todos tocavam guitarra e não conseguiram entender como tocariam aquilo. O curioso é que os guitarristas, acostumados com uma outra técnica de execução, não tinham a mínima idéia de como criar “moldes rítmicos” no contrabaixo elétrico, já que todos nunca tinham ouvido, com a devida atenção, as estruturas rítmicas criadas nas músicas executadas no período.

Muitos dos baixistas que usavam baixos acústicos solenemente desprezaram o novo instrumento. Eles alegavam dificuldade de execução e também que a sonoridade era falsa em comparação à acústica.
As cordas eram afinadas de acordo com os moldes atuais, ou seja, Sol Re La Mi. Então, quando esse novo instrumento começou a despontar no cenário artístico mundial, os músicos limitavam-se simplesmente a repetir o que a guitarra fazia, mas uma oitava abaixo. O grande trunfo dele era, além do tamanho e maior qualidade sonora resultante, o fato de ter um braço mais curto que o similar acústico. Outro ponto positivo era possuir trastes. Isso facilitava muito sua execução.

Com a chegada revolucionária do baixo elétrico na década de 50, aos poucos o instrumento acústico teve suas funções direcionadas a outros estilos. Ele, assim, passou a ser utilizado em locais de ambiência mais apropriada.
Do início dos anos 20 até o final da década de 40, todas as formações musicais, principalmente as grandes bigs bands, utilizavam-se do grande contrabaixo acústico. Carinhosamente conhecido como big dog house (casinha de cachorro grande), os baixistas daquela época “penavam” para extrair uma maior sonoridade dele. Isso porque o contrabaixo acústico, em sua concepção estrutural, foi criado para ser usado em ambiente fisicamente apto para possibilitar uma maior expansão das ondas sonoras.

Naqueles tempos, somente os grandes teatros possuíam tal condição. É importante ressaltar que o contrabaixo acústico, ao contrário do baixo elétrico, tem como principal técnica de execução a utilização do arco. Quando essa peça é usada, o nível de sonoridade é compatível com a ambiência. Os baixistas que não trabalham em orquestras sinfônicas, porém, utilizam os dedos para obter o som do instrumento. É justamente aí que os problemas começam.
Tocado em forma de pizzicato, a sonoridade diminui drasticamente. Além disso, o pobre contrabaixista daquela época ainda estava cercado de instrumentos de sopro por todos os lados. Fato esse que contribuía, de forma decisiva, para que o som do “gigante” não fosse suficiente audível, comprometendo o resultado da música tocada.

Que sofrimento, não? Mas essa tortura estava perto do fim. Por ironia do destino, o homem responsável por uma das maiores revoluções em termos de instrumentos não era um engenheiro acústico, muito menos um luthier especializado em construção de modelos revolucionários, era um simples técnico de rádio apaixonado por amplificação de sinal sonoro: Clarence Leo Fender.
O criador da guitarra e do contrabaixo elétrico gostava de ouvir música ao vivo. O lendário inventor nasceu na área de Fullerton/Anaheim, sudoeste da Califórnia, em 1909. No final dos anos 30, ele abriu uma oficina de concerto de rádios chamada Fender Radio Service. Seus serviços eram procurados por muitos músicos, principalmente para reparos nos cabos e sistemas de captadores dos violões eletrificados utilizados na época. Mas, para que o primeiro baixo elétrico fosse criado, foi necessário que a guitarra elétrica viesse antes.

Ao efetuar reparos e ajustes nos instrumentos, Leo Fender se preocupava em melhorar o volume e o sinal de saída dos captadores usados para a amplificação. Os instrumentos eletrificados começavam a tornar-se uma constante na oficina do lendário inventor.
Dessa forma, no final do ano de 1946, Leo Fender montou uma nova empresa chamada Fender Electric Instrument Co.




Foi nesse período que o projeto da guitarra Telecaster nasceu. Apesar de sucesso de vendas, Fender tinha investido muito dinheiro nessa empreitada e o retorno financeiro foi, praticamente, para pagar dívidas. O extraordinário criador precisava de algo novo. Então, observando o tamanho, o desconforto e principalmente a falta de sonoridade, ele resolveu projetar um novo instrumento, algo que pudesse substituir a velha “ casinha grande de cachorro”. Foi no ano de 1951 que o mundo conheceu algo extraordinário. Era um novo contrabaixo! E muito menor que o gigante. Portanto, mais fácil de tocar e transportar

Algo de revolucionário no novo protótipo

Com o corpo maior que o da guitarra Telecaster e provido de quatro cordas originais do contrabaixo acústico, pois as que seriam utilizadas no instrumento elétrico ainda não tinham sido inventadas, o novo protótipo possuía algo revolucionário. Ele tinha trastes. Ao contrário do contrabaixo acústico, era possível emitir qualquer nota da escala com absoluta precisão. E foi isso que Leo pensou. “Vai se chamar Precision Bass porque é preciso”.




As inovações técnicas não paravam nesses quesitos. Antecipando que os futuros músicos utilizariam o polegar para tocar a exemplo da guitarra elétrica , foi elaborada uma pequena peça de formato retangular, que possibilitou que o baixista apoiasse os demais dedos da mão direita (indicador, médio e anular) enquanto seu polegar estivesse tocando. Leo Fender denominou tal dispositivo de fingers rest. Existiam ainda duas placas cromadas que cobriam os captadores e a ponte.

É importante ressaltar que essas pequenas engenhocas não tinham apenas função decorativa. O escudo instalado sobre os pick ups, por exemplo, deveria proteger o conjunto de captadores. Por cima da ponte, uma pequena peça de borracha foi concebida com o objetivo de abafar as notas (rubber string mute).

Parece difícil aos baixistas do século XXI, acostumados com a excelente sonoridade de um moderno instrumento ativo plugado em um amplificador de última geração, compreender que o Precision Bass foi concebido com a intenção de imitar o som do baixo acústico. Para entender tudo isso, é preciso aprender a ouvir não somente a música daquela época como também ter conhecimento sobre as profundas mudanças e o impacto que o lendário Precision Bass ocasionou. Pouco a pouco, o gigante teve suas funções direcionadas a outros estilos como o jazz. E, portanto, passou a ser executado em locais de ambiências acusticamente tratadas, nos quais cada nota poderia ser ouvida com toda a dignidade que o contrabaixo acústico merece.

Características Técnicas do Baixo Elétrico

O corpo foi fabricado em ash da cor amarela e foi revestido com um escudo plástico (pickguard) preto. Provido de 20 trastes, o braço foi feito de maple. Os mecanismos de tarraxa eram adaptados do contrabaixo acústico. O sistema de captação era um simples single coil. Existiam também dois knobs. Um para o controle de volume e outro para a tonalidade. Fabricada de inox, a ponte era provida de dois suportes um para cada par de cordas construídos de fibra prensada.


Até...

História do Contrabaixo.

O contrabaixo tem suas origens remotas na Baixa Idade Média, período compreendido entre o Cisma Grego-Oriental (1054) e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos (1453). Descendente de uma família chamada "violas", que se dividia em dois grupos, violas de braço e violas de pernas, o contrabaixo é hoje o herdeiro maior e de som mais grave deste segundo grupo.

Por volta de 1200, o nome gige era usado para destinar tanto a Rabeca, instrumento de origem árabe com formato parecido com o alaúde como a guitar-fiddle (uma espécie de violão com o formato semelhante a um violino). No Sacro Império Romano Germânico, quase todos os instrumentos eram chamados pelo nome de gige, havendo a gige pequena e a grande. A música executada neste período era bastante simples, as composições situavam-se dentro de um registro bastante limitado e no que tange à harmonia, as partes restringiam-se a duas ou três vezes. Era muito comum instrumentos e vozes dobrarem as partes em uníssono.
Com o passar dos anos, o número de partes foi expandido para quatro.

Aproximadamente na metade do século XV começou-se a usar o registro do baixo, que até então era desconsiderado. Com esta nova tendência para os graves, os músicos precisavam de instrumentos especiais capazes de reproduzir ou fazer soar as partes graves. A solução encontrada pelos construtores de instrumentos, os luthiers, foi simplesmente reconstruir os instrumentos existentes, mas em escala maior. Ocorre, então, uma evolução técnica e artística de um instrumento em conjunto com a história da música. Assim, a evolução no número de partes da harmonia trouxe a necessidade de se criar outros instrumentos que desempenhassem satisfatoriamente aquela nova função.

De qualquer modo, seu ancestral mais próximo foi o chamado violino, que no início do séc. XVII tornou-se o nome comumente designado à viola contrabaixo, mas apenas na metade do séc. XVII o nome do contrabaixo separou-se do violino. E começou a ter vida própria. Entretanto, até a metade do séc. XVIII o instrumento não era utilizado em larga escala, tanto que em 1730 a orquestra de J. S. Bach não contava com nenhum contrabaixo. Ainda faltava um longo caminho para a popularização.
Com o desenvolvimento da música popular no final do séc. XIX, principalmente no que diz respeito ao jazz, inicia-se assim a introdução do contrabaixo com uma inovação: ele não era tocado com arco... apenas com os dedos a fim de que tivesse uma marcação mais acentuada.
O jazz se populariza e durante toda a primeira metade do séc. XX, o baixo só pode ser imaginado como um imenso instrumento oco de madeira usado para bases de intermináveis solos de sax, se bem que era usado também no princípio do blues e do mambo (estou falando de antes da 2º Guerra Mundial).

Assim foi até que em 1951, um norte-americano chamado Leo Fender cria um baixo tão elétrico quanto à guitarra elétrica que também criou. O primeiro modelo foi denominado Fender Precision, e o nome não era casualidade: frente aos tradicionais contrabaixos, com o braço totalmente liso, o novo instrumento incorporava trastes, assim como suas guitarras.

Parece uma bobagem, mas o detalhe dos trastes faz com que a afinação do baixo seja muito mais precisa, eis aí a origem do nome. Mas a revolução fundamental que representa o baixo elétrico frente ao contrabaixo é a amplificação do som. Se a solução antigamente havia sido aumentar a caixa de ressonância, transformando o violino em um instrumento imenso e com cordas muito mais grossas, desta vez a solução foi inserir uma pastilha eletromagnética (captador) no corpo do instrumento para que o som fosse captado. Além do mais, a redução do tamanho do instrumento permitiu aos baixistas transporta-lo com mais comodidade, e poder viajar no mesmo ônibus dos outros músicos portando seu próprio instrumento.

Mas nem tudo seria apenas vantagem, sobretudo para aqueles que tocavam baixo, mas não eram realmente "baixistas". Até então, o contrabaixo era o instrumento que todos acreditavam serem capazes de tocar, principalmente porque não se ouvia, de modo que muitos mais representavam em palco do que realmente tocar o baixo. A amplificação trouxe à tona quais eram os verdadeiros baixistas.
Deve-se dizer que antes de 1951, na década de 1930, houve arriscadas e valentes tentativas de se fazer o mesmo, principalmente por parte de Rickenbacker. Mas se mencionei o Precision de 1951 como o primeiro baixo elétrico é porque é o primeiro que se pode considerar como tal, já que o anterior entraria na categoria de protótipos. Como é lógico, depois vieram outros modelos (como o Jazz Bass, também de Fender), as imitações, etc. Mas o significativo é que você pode comprar hoje em dia um Precision com quase as mesmas características que aquele, pois a maioria dos baixos atual se baseia em seu desenho.

Os músicos de jazz e blues, a princípio, acharam a idéia interessante mas mantiveram-se em seu tradicionalismo. Somente muitos anos depois o baixo elétrico seria tão popular no jazz e no blues quanto o acústico. No caso do blues, ele surgiu assim que Muddy Waters introduziu a guitarra neste ritmo, ainda que seu baixista, o mitológico Willie Dixon usasse um acústico. No caso do jazz, o baixo elétrico só veio à tona com Miles Davis.
Nos anos 60, o papel do baixista segue sendo, basicamente, o mesmo que nos anos 50: um suporte harmônico de fundo. A partir de 1967, o baixo elétrico começa a aparecer, fundamentalmente no rock'n'roll. O melhor exemplo talvez seja o disco Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, (baixar cd). Aqui já podemos começar a falar de linhas de baixo de temas pop, tal como os conhecemos atualmente.

Os anos 70 apresentam a maturidade do baixo. Os produtores começam a prestar mais atenção no potencial do instrumento e o contrabaixo assume uma importância maior, como no surgimento da disco music. É fundamental também o surgimento do rock progressivo, o jazz fusion, o latin rock, o heavy metal, o punk, o reggae, o funk e a soul music.

O desenvolvimento da década de 80 apresenta a maturidade de alguns estilos musicais e o desaparecimento de outros. Percebe-se neste período que o baixo já não é imprescindível, e que pode facilmente ser trocado por um sintetizador. Mas isto não acontecia apenas com o baixo, mas também com a guitarra e a bateria, já que o sintetizador era o instrumento fetiche do início da década.

Para felicidade nossa esta tendência de trocar todos os instrumentos por um só foi passageira. E os grupos voltaram, sejam eles de rock ou jazz, tanto o baixo elétrico quanto o acústico estavam novamente no palco. . O jazz começava a abrir um campo especificamente voltado para o contrabaixo elétrico, assim o instrumento se desenvolveu rapidamente, tornando-se um dos mais importantes instrumentos da musica moderna.

A figura 1 ilustra um dos primeiros prospectos, com a figura do Precision junto ao nosso conhecido Bass Man.
A figura 2 ilustra uma peça publicitária realizada no final dos anos 50, na qual Monk aparece com um P Bass.
O jazz ainda ajudou o P Bass por meio da figura do baixista Shifte Henry, que trabalhava em Nova York em diversos grupos.O músico não apenas aprovou o primeiro
baixo elétrico da história como também foi seu primeiro endorser (figura 3).







Mas a história não acaba ai não...até!