sábado, 31 de maio de 2008

Orquestra de Contrabaixo

Apresentação feita em 2005 no Festival Internacional de Música de Ankara, na Turquia.





Baixistas:
Christine Gentet
Etienne Roumanet
Yves Torchinsky
Jean-Philippe Viret
Oliver Moret
Zavier Lugue

domingo, 25 de maio de 2008

Nico Assumpção

Nascido em São Paulo em 13 de agosto de 1954, Nico é considerado um um dos maiores contrabaixistas brasileiros e do mundo. O paulista Nico Assumpçao (Antônio Álvaro Assumpção Neto) era filho de um industrial que tocava baixo acústico amadoramente. Ainda assim, começou tocando violão, e teve aulas com o violonista Paulinho Nogueira. Mais tarde, fã de rock, passou a tocar baixo para tapar um buraco em uma banda da escola. Interessou-se pelo instrumento e passou a tocá-lo sistematicamente, até que nos anos 70, aos 17 anos, foi estudar harmonia e orquestração nos Estados Unidos, na Universidade da Califórnia. De volta ao Brasil, teve aulas com Amilton Godoy, do Zimbo Trio, e profissionalizou-se, tocando em casas noturnas, gravações e jingles comerciais. Mas o mercado brasileiro, difícil para a música instrumental, o fez voltar aos EUA em 1976, onde tocou ao lado de Wayne Shorter, Pat Metheny, Sadao Watanabe, Don Salvador, Charlie Rouse e outros. De volta ao Brasil em 81, lançou o primeiro disco nacional solo de um baixista, o independente "Nico Assumpção", e com isso contribuiu para solidificar o caráter de solista do seu instrumento. Também foi um dos pioneiros na utilização do baixo elétrico fretless de 5 e 6 cordas no Brasil. Em 1982 Nico mudou-se para o Rio de Janeiro, e tornou-se um dos mais requisitados pelos maiores nomes da MPB, tanto para shows quanto para estúdio. Entre outros, Nico acompanhou Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco, Maria Bethânia, Edu Lobo, César Camargo Mariano e Toninho Horta. Participou do Free Jazz Festival de 1988 e tocava com freqüência ao lado de outros músicos, como Luiz Avellar, Wauke Wakabaiashi, Marco Pereira e outros.
O baixista não se satisfazia somente tocando.Ele adorava dar aulas e, por ser extremamente perfeccionista, tanto com seus alunos quanto consigo mesmo, ganhou a fama de ser dono de uma personalidade fortíssima. A paixão por ensinar o fez escrever o método Bass Solo - Segredos da Improvisação (Ed. Lumiar), que levou dois anos até ficar pronto, no ano de 2000.
O método seria lançado somente em 2003.
Nico Assumpção morreu vítima de câncer em janeiro de 2001.


Nico Assumpção - Bass Solo com Larry Coryell
Show gravado na Bahia
  • Larry Coryell - Guitarra
  • Billy Cobham - Bateria
  • Dori Caymmi - Guitarra e Vóz
  • Luiz Avellar - Teclados
  • Romero Lubambo - Guitarra
  • Marcio Montarroyos - Trumpete
  • Donald Harrison - Sax
Nico Assumpção - Bass Solo com João Bosco.



Discografia:

*Nico Assumpção (1981)

*High Life (1985)

*Nico Assumpção, Luis Avellar e Kiko Freitas
Tocando Victor Assis Brasil (200)

Fonte:
Cliquemusic
Ejazz
Canal do Músico

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Harmônicos - Naturais e Artificiais

As primeiras teorias matemáticas da acústica incidem na frequência de vibração das cordas tensas, sendo Brook Taylor (1685-1731) – o criador das famosas séries com o seu nome – o primeiro a deduzir uma expressão analítica, para determinação da frequência de vibração das cordas tensas, em função do seu comprimento, tensão e densidade linear, a qual concordava com as leis experimentais de Mersenne e Galileo. O trabalho de Taylor foi publicado em 1713, tendo sido posteriormente aperfeiçoado e generalizado, mediante a introdução de derivadas parciais, por Daniel Bernoulli (1700-1782), Leonard Euler (1707-1783) e Jean le Rond d’Alembert (1717-1783). Considera-se que d’Alembert foi o primeiro a deduzir, em 1747, para o caso das cordas vibrantes, a equação diferencial da propagação ondulatória, actualmente denominada simplesmente por Equação de Onda.

Entretanto, Sauveur, por volta de 1700, observa que uma corda tensa pode vibrar de forma a que certos pontos da corda não oscilem, os quais denominou por nódos, e que certos pontos sofram uma oscilação muito violenta, os quais denominou por ventres. Facilmente reconheceu que esse tipo de vibração se devia à ocorrência de frequências superiores à frequência de vibração da corda como um todo, e verificou que as frequências mais altas eram múltiplas inteiras da frequência mais baixa, correspondente à vibração da corda como um todo, a qual denominou por Frequência Fundamental. Sauver denominou o conjunto de todas essas frequências por Harmônicos, correspondendo o 1º harmônico à frequência fundamental. Tal denominação é ainda utilizada atualmente.

Em 1755, Daniel Bernoulli demonstra teoricamente que é possível uma corda tensa vibrar de forma que estejam presentes, simultaneamente, vários harmônicos, sendo o deslocamento, de um dado ponto da corda, igual ao resultado da soma algébrica dos deslocamentos correspondentes a cada harmônico. Tal formulação ficou conhecida por Principio da Sobreposição.

Em termos musicais, as harmônicas são
componentes de um tom harmônico cujo som é multiplicado por um numero inteiro, ou adicionado com uma nota tocada em um instrumento musical. Os múltiplos não-inteiros são chamados de parciais ou sobretons. A amplitude e o posicionalmento das harmônicas e parciais que conferem timbres diferentes para os instrumentos (apesar de não serem comumente detectados por um ouvido humano não treinado), e são as trajetórias separadas dos sobretons de dois instrumentos tocados em um intervalo que permitem a percepção de seus sons como separados. Os sinos possuem parciais perceptíveis mais claramente do que a maioria dos instrumentos.

Um sobretom é um parcial (uma onda parcial ou uma frequência constituinte) que pode ser tanto harmônico como "inarmônico".

Um harmônico é um múltiplo inteiro da frequência fundamental. Um sobretom inarmônico é um múltiplo não inteiro da frequência fundamental.

Um exemplo de sobretons harmônicos: (harmonia absoluta)

f 440 Hz tom fundamental primeiro harmônico
2f 880 Hz primeiro sobretom segundo harmônico
3f 1320 Hz segundo sobretom terceiro harmônico
4f 1760 Hz terceiro sobretom quarto harmônico...


Nem todos os sobretons são necessariamente harmônicos isto é, múltiplos exatos da frequência fundamental. Alguns instrumentos musicais produzem sobretons que são ligeiramente mais sustenidos ou bemolizados do que os harmônicos verdadeiros. A sustenização, ou bemolização, dos sobretons é um dos elementos que contribuem para seus sons ímpares e também tem como efeito tornar não periódicas suas formas de onda.

Alguns instrumentos como o diapasão ou as flautas produzem um som claro, quase perfeito, porque seus sobretons estão bastante próximos da harmonia absoluta com a frequência básica.

Em muitos instrumentos musicais, é possível se produzir as harmônicas superiores sem a nota fundamental estar presente. Em uma caso simples (como em uma flauta doce), isto tem o efeito de elevar a nota em uma oitava; porém em casos mais complexos outras variações também podem ocorrer. Em alguns casos isto também modifica o timbre da nota. Este é parte do método normal para a obtenção de notas mais altas nos instrumentos de sopro. A técnica estendida inclui algumas técnicas não-convencionais de tocar multifônicas que também geram harmônicas adicionais.

Nos instrumentos de corda é possível a produção de notas muito puras, chamadas de harmônicas pelos músicos, as quais possuem uma alta qualidade, assim como uma alta intensidade, localizada no "nó'' das cordas.

Série Harmônica

A série harmônica é uma série infinita, composta de ondas senoidais com todas as freqüências múltiplas inteiras da freqüência fundamental. Tecnicamente, a freqüência fundamental é o primeiro harmônico, no entanto, devido a divergências de nomenclatura, alguns textos apresentam a freqüência 2F como sendo o primeiro harmônico. Para evitar ambigüidades, consideramos, no âmbito desse artigo, que a fundamental corresponde ao primeiro harmônico. Não existe uma única série harmônica, mas sim uma série diferente para cada freqüência fundamental. A Tabela abaixo mostra dois exemplos de série harmonica. Uma se inicia no Lá1(110 Hz) e a outra no Do1(132 Hz). A freqüência dá nota Do1 foi arredondada para simplificar a tabela. Em um sistema temperado as freqüências das notas seriam ligeiramente diferentes (Ver observações e o texto abaixo). São mostrados os 16 primeiros harmônicos para cada série.

# Lá1 Do1 Observações
Nota Frequência(Hz) Nota Frequência(Hz)
1(F) Lá1 110 Do2 131 Freqüência fundamental. Tecnicamente o primeiro harmônico.
2 Lá2 220 Do3 262 Uma oitava acima da fundamental. 2º harmônico
3 Mi3 330 Sol3 393 Uma quinta acima do 2º harmônico.
4 Lá3 440 Do4 524 Duas oitavas acima da fundamental.
5 Do#4 550 Mi4 655 Todos os harmônicos ímpares subseqüentes soam desafinados em relação aos equivalentes temperados
6 Mi4 660 Sol4 786 Note que o Sol4 da série de Do é diferente da mesma nota na série de Lá (linha abaixo)
7 Sol4 770 Sib4 917
8 Lá4 880 Do5 1048 Três oitavas acima da fundamental
9 Si4 990 Ré5 1179
10 Do#5 1100 Mi5 1310
11 Ré#5 1210 Fa#5 1441
12 Mi5 1320 Sol5 1572
13 Fá#5 1430 Lá5 1703 Veja que o Lá 5 é muito desafinado em relação à mesma nota na série de Lá (última linha)
14 Sol5 1540 Sib5 1834 Estas notas não pertencem a nenhuma escala ocidental por terem intervalo inferior a um semitom.
15 Sol#5 1650 Si5 1965
16 Lá5 1760 Do6 2096 Quatro oitavas acima da fundamental

A partitura abaixo mostra as 16 primeiras notas da série iniciada em Do2, mostrada na tabela acima.

Harmônicos Naturais

No baixo, se tocarmos uma corda com um dedo da mão direita enquanto tocamos levemente (sem pressionar) com um dedo da mão esquerda nessa corda em determinados trastes (correspondendo aos nodos harmônicos, lugares em que não há movimento no padrão de oscilação), podemos ouvir distintamente o harmônico correspondente, porque os outros harmônicos assim são eliminados ou, pelo menos, a sua intensidade é consideravelmente diminuída.

Harmônicos Artificiais

Os Harmônicos Artificias podem ser feitos com qualquer nota do braço. Você precisa pressionar uma nota com um dedo da mão esquerda, enquanto toca com o dedo indicador da mão direita, econstando o polegar levemente sobre a corda (no estilo Jaco Pastorius), ou tocando a nota com o dedo médio, ou anelar e encostando o indicador (estilo Steve Bailey).

Jaco Pastorius com weather Report - Birdland



Steve Bailey - Masterclass


quinta-feira, 22 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

A Invenção do Baixo Fretless














Fretless é todo instrumento de cordas sem trastes de metal dividindo (ou temperando) a escala nos 12 tons iguais da música ocidental.

Em 1961 Bill Wyman, o baixista que mais tarde faria parte da banda de maior projeção mundial do rock’n roll, Rolling Stones, ao assistir um show de Barron Knight se apaixonou pelo som do baixo. Naquela semana, com a ajuda de um amigo, comprou um baixo de segunda mão.
Um instrumento usado fabricado no Japão, e descrito pelo próprio Wyman como desproporcional, desconfortavel, pesado e de difícil afinação por causa dos trastes mal ajustados e desgastados pelo tempo de uso. Comprou tambem um amplificador Linear-Concorde de 30watts, além de um alto falante Goodman de 8 polegadas para os graves. A caixa de som para o alto-falante, ele mesmo construiu com madeira e cimento.
Com dois ou três shows por semana, o dinheiro que entrava pagava pelo equipamento comprado à prestação.
Tentando ajeitar o baixo, tirou os trastes, reduziu o tamanho do corpo, retirou a pintura com lixas, instalou um novo pickup “Baldwin”. Mas esta estratégia era para apenas retrastar o instrumento em seguida contratar um profissional. Mas descobriu que gostava mais do som dele assim. Bill Wyman tornou-se o primeiro a ter e concretizar a idéia do fretless, usando-o inclusive na gravação de alguns sucessos dos Stones, como Paint It Back do álbun Aftermath/ABKCO de 1966. (baixar musica)
Bill Wyman permaneceu nos Roling Stones até 1991. Recentemente lançou sua autobiografia Stone Alone, que infelismente não foi lançada no Brasil.

Em 1965, o primeiro fretless Bass Aubi da Ampeg é lançado no Mercado tendo poucos adeptos. Já o primeiro baixo fretless da Fender surgiu em 1970, somente no modelo Precison Bass.
Mas, eis que surge Jaco Pastorius, o mago, o rei, o divisor de águas da história do contrabaixo elétrico mundial. Jaco resolveu tirar, ele mesmo, os trastes de seu Fender Jazz Bass 1962, e após preencher os filetes e vãos da escala com resina epoxy nascia o primeiro baixo fretless da era moderna na música popular.
Como visto anteriormente,os baixos fretless até aí se resumiam ao Ampeg com sonoridade obscura e os Fenders Precision com um captador no meio do corpo. O timbre destes instrumentos é interessante, mas a pesquisa de Pastorius elevou a temperatura da sonoridade fretless a um extremo. Usando apenas o captador da ponte para um som mais médio-anasalado, favorecendo as freqüências em torno de 1Khz, Pastorius municiou os sonhos de muitos aspirantes a baixista
, popularizando de vez o baixo fretles.

(esquerda) - AMB-1 (trastes)
(direita) - AMUB-1 (fretless) da Ampeg




















Jaco com seu Fender Jazz Bass (fretless)















"Slang" Jaco Pastorius



Fonte:
www.jorgepescara.com.br
www.xstrange.com